"O senso comum é traiçoeiro. Quantas vezes você já
ouviu que “as pessoas estão lendo cada vez menos”? Há 25, 30 anos, “ninguém mais lia” por
causa da TV e do Atari. Hoje, “ninguém mais lê” por causa do Facebook, do iPhone, do Twitter, do XBox, do
Netflix... E da TV também. Mas não. A verdade é que nunca lemos tanto.
Só em 2011, as editoras venderam 469,5 milhões de
livros — dá 7% a mais
que em 2010, contra um crescimento de 2,7% do PIB. Um ano antes, o placar
também tinha sido elástico: 13% livros X 7,5% PIB.
Somos um país com mais leitores. E mais autores.
Principalmente no mundo da não-ficção. Há pouco tempo, o Brasil era uma colônia nessa área. Praticamente só traduzia
trabalhos estrangeiros. Agora não. Nunca tantos brasileiros produziram tantas
obras de ciência, história, economia... E algumas são best-sellers
paulo-coelhianos, com vendas na casa dos milhões de exemplares. Um boom intelectual e econômico. Ao mesmo tempo.
E o engraçado é que a profusão de aparelhos
eletrônicos está é ajudando esse “PLIB” - o “Produto Literário Interno Bruto”. Em
alguns países, Kindles e iPads são os maiores responsáveis pelo aumento no
número de leitores. Os ingleses, por exemplo, leem quatro vezes mais livros do
que liam quando não tinham um Kindle ou um tablet. Quando esses aparelhos
virarem carne de vaca por aqui também, não vai ser diferente. Pode apostar."
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