Preciosidades

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Nunca lemos tanto. Alexandre Versignassi


"O senso comum é traiçoeiro. Quantas vezes você já ouviu que “as pessoas estão lendo cada vez menos”? Há 25, 30 anos, “ninguém mais lia” por causa da TV e do Atari. Hoje, “ninguém mais lê” por causa do Facebook, do iPhone, do Twitter, do XBox, do Netflix... E da TV também. Mas não. A verdade é que nunca lemos tanto.
Só em 2011, as editoras venderam 469,5 milhões de livros — dá 7% a mais que em 2010, contra um crescimento de 2,7% do PIB. Um ano antes, o placar também tinha sido elástico: 13% livros X 7,5% PIB.
Somos um país com mais leitores. E mais autores. Principalmente no mundo da não-ficção. Há pouco tempo, o Brasil era uma colônia nessa área. Praticamente só traduzia trabalhos estrangeiros. Agora não. Nunca tantos brasileiros produziram tantas obras de ciência, história, economia... E algumas são best-sellers paulo-coelhianos, com vendas na casa dos milhões de exemplares. Um boom intelectual e econômico. Ao mesmo tempo.
E o engraçado é que a profusão de aparelhos eletrônicos está é ajudando esse “PLIB” - o “Produto Literário Interno Bruto”. Em alguns países, Kindles e iPads são os maiores responsáveis pelo aumento no número de leitores. Os ingleses, por exemplo, leem quatro vezes mais livros do que liam quando não tinham um Kindle ou um tablet. Quando esses aparelhos virarem carne de vaca por aqui também, não vai ser diferente. Pode apostar."
Alexandre Versignassi - Editor da Super