Preciosidades

sábado, 16 de julho de 2011

De que é feito um músico?


"Mesmo na elite dos músicos clássicos, ser músico é mais do que ter excelente técnica. Arthur Rubinstein e Vladimir Horowitz são considerados dois dos maiores pianistas do século XX, mas cometiam erros — pequenos erros técnicos — com surpreendente frequência. Uma nota errada, apressada, ou dedilhada incorretamente. Apesar disso, eis o que escreveu um crítico:
 
 “Rubinstein comete erros em alguns de seus discos, mas prefiro essas interpretações apaixonadas às de um prodígio técnico de 22 anos capaz de tocar perfeitamente as notas, mas não de transmitir o seu significado.” 

O que a maioria de nós busca na música é uma experiência emocional. Não estamos analisando o desempenho para identificar notas erradas e, desde que não atrapalhem o nosso devaneio, nem as notamos. Boa parte das pesquisas sobre qualificação musical volta-se na direção errada, interessando-se antes pela facilidade digital que pela expressividade emocional.

Recentemente, fiz uma pergunta sobre esse paradoxo à reitora de uma das principais escolas de música da América do Norte: em que momento dos cursos a emoção e a expressividade são ensinadas? Ela respondeu que não são ensinadas. “Temos de abarcar tantas coisas no currículo aprovado”, explicou, “repertório, treinamento para tocar individualmente e em conjunto, leitura à primeira vista, teoria musical, que não sobra tempo para ensinar expressividade.” Então, como se formam músicos expressivos? “Alguns já chegam sabendo como emocionar o ouvinte. Geralmente, aprenderam sozinhos com a própria experiência.” A surpresa e a decepção na minha expressão facial devem ter ficado patentes. “Eventualmente”, acrescentou ela, quase sussurrando, “quando aparece um aluno excepcional, encontramos tempo na última parte do último semestre para orientá-lo na questão da emoção. (...) Geralmente, são pessoas que já estão se apresentando como solistas de nossa orquestra, e ajudamos a obter mais expressividade em suas apresentações.” Assim, numa das melhores escolas de música, a verdadeira razão de ser da música só é ensinada a poucos privilegiados e, ainda assim, apenas nas últimas semanas de um currículo de quatro ou cinco anos." (p.235 do livro “A música no seu cérebro”, de Daniel J. Levitin)


Agora assista ao remix do mesmo clip: o que faz a música editada.

 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pygmalion (Overture). Jean-Philippe Rameau (1682-1764)


Jean-Philippe Rameau (Dijon, 25 de Setembro de 1682Paris, 12 de Setembro de 1764). Filho de organista na catedral de Dijon, distinguiu-se, desde cedo, como organista e com especial talento para a composição musical à qual sempre deu atenção especial quanto a sua estrutura lógica, evidenciando também seu talento para a Matemática, muito embora não tenha contribuído para seu desenvolvimento como tal. Não foi apenas um compositor francês mais importante do século XVIII, como também influenciou a teoria musical. Seu estilo de composição lírica pôs fim ao reinado póstumo de Jean-Baptiste Lully, cujo modelo fora seguido por meio século. Também cravista e organista, Rameau escreveu diversas peças para teclado. Suas obras ricamente ornamentadas destacam-se como a síntese do estilo rococó... (mais, acesse wikipedia)

Jean-Philippe Rameau