The real time machine |
"Passei o dia inteiro no paraíso, mas minha
noite está sendo um inferno...
Dormir durante a noite é mesmo um péssimo hábito,
quando existem milhões de coisas a serem pensadas e esquadrinhadas. Vespertinos
não são nada confiáveis. Talvez por isso sejam inconstantes ao ter de decidir
entre o vermelho e o verde; nem sequer criam limo.
Muitos, pérfidos ao jurar amor eterno. Amores
eternos só existem em letra de música escrita por quem, algum dia, cismou em
ter um desses amores e não teve. Humilhante. Gostaria de ser mais ameno e puxar
o fiapo que desprende da esperança dos outros para fazer minha própria
colgadura. Ter um amor que fosse desmedido como as alegrias do seu começo. No
entanto, o balde de gelo, no qual tenho mergulhado meus sentimentos ternos
durante a noite, faz com que eu deixe de acreditar que a peçonha dentro das
pessoas seja mutável.
Pessoas mentem, são traiçoeiras. Já andei por
terras assim, sei do que falo. Pessoas são egoístas, sórdidas, hereges...
Inclusive amigos meus! Alguns ainda me enganam, é claro. Desde que não mexam no
meu sossego e que não desconfiem da minha ingenuidade leviana, serão sempre
acolhidos em minha casa com o melhor vinho da adega. E olha que conheço pessoas
que venderiam a própria sombra para comprar a confiança de alguém!
E então dou chance de me derrubarem para que, na
queda, eu saiba o valor de estar de pé, firme. Evidentemente, sempre levanto
por conta própria e passo mais uma noite pensando em como as pessoas são
fascinantes. Pessoas e suas bombas atômicas e tanques de guerra e fuzis.
Pessoas de Jardins Babilônicos e de extraordinárias invenções de amor. Mas tudo
acaba caindo no comodismo do mundo moderno, do mundo imundo de amores
instantâneos que têm a mesmíssima sorte de felicidade de pobre. " (NCM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.