"A cultura autêntica não é a que visa a este ou aquele objetivo. Como toda busca de perfeição, tem seu fim em si mesma. O empenho na aquisição da robustez física, da agilidade e da beleza, não colima outras metas, como seriam, por exemplo, tornar-nos ricos, famosos, poderosos. Tem, antes, em si mesmo o seu prêmio, pelo fato de aumentar nossa sensação de viver, de revigorar a confiança em nós próprios, de nos tornar mais alegres e felizes, dando-nos maior impressão de segurança e saúde. Assim também a luta pela cultura, isto é, pelo nosso aperfeiçoamento espiritual e moral, não é um meio árduo de chegarmos a algum fim limitado. É, sim, o enriquecimento compensador e revigorante de nossa consciência. É o aumento das possibilidades de nossa vida e felicidade. Por isso, a cultura autêntica, inclusive a verdadeira cultura física, o domínio dos músculos e nervos, a auto-realização plena, está sempre em ação e jamais termina. É um caminho infinito. É o nosso entrosamento no universo, nosso convívio no intemporal. O seu objetivo não é aprimorar nossas aptidões e conseqüentemente nossas ações. A cultura ajuda-nos a dar um sentido à nossa vida, a compreender o passado, a ficar de prontidão diante do futuro." (p.79 - 206)
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