ela estende o braço com cautela
para não se desenrolar do cobertor e dos plásticos
toca-o na perna, ele aponta os carros que passam
diz bem alto o nome, modelo e ano,
detalhes do motor, acabamento, inovações,
e a garrafa em sua mão está pela metade,
‘amanhã é segunda-feira’, ela diz,
protegendo a barriga e se deliciando por vê-lo sorrir,
“vamos embora... jamais encontrarão nosso filho”,
ele responde (sem se deter)
a chuva traz um cheiro de frango,
e as gotas tem a temperatura desagradável do outono
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